O Brasil possui o maior potencial hídrico interior do mundo, e, no entanto, sua produção de pescado de água doce é muito pequena (cerca de 203.000 toneladas métricas), é bem abaixo de sua potencialidade, o que se evidencia se for comparada a de países de menor potencialidade (como por exemplo, o Japão que produz 2.000 toneladas métricas), principalmente quanto ao pescado cultivado, que contribui com apenas 10% desta produção. Embora a pesca seja uma das atividades mais antigas do homem, remontando aos períodos primitivos de sua evolução, a piscicultura, historicamente, teria se originado na China há cerca de 1000 a.C. e adquirido caráter comercial inicialmente no Japão.
Como ciência, a Piscicultura é realmente nova, mas sua evolução é notável, especialmente neste século. No Brasil, a piscicultura teve início na década de 20, experimentando longo período de latência para retomar o impulso e passar a criação racional com fins comerciais. Considerando-se as qualidades nutritivas dos pescados (constitui apenas 1% do total de alimentos produzidos, mas corresponde a 12% do total de proteína animal consumida no mundo), a geração potencial de empregos da indústria da pesca, o baixo custo de produção de peixes em cativeiro, a depreção dos estoques pesqueiros naturais, base da produção (extrativa) de pescado em todo mundo e o aumento da demanda de alimentos em função do crescimento populacional, a piscicultura assume o papel de uma das alternativas mais importantes para a pecuária brasileira, mesmo porque utiliza áreas reduzidas e improdutivas para outras atividades agropecuárias, promovendo também a reciclagem de subprodutos da agroindústria de alimentos.
Os peixes são vertebrados pecilotérmicos. Respiram através de brânquias, que são conjuntos de lamelas sucessivas expostas ao meio ambiente, por onde circula o sangue vindo do coração na forma venosa, ali se tornando arterial através de trocas gasosas com a água. A água é o elemento mais abundante na Terra, ocupando ¾ da superfície. Suas propriedades de peso específico, calor específico e capacidade de dissolução, torna a água o meio mais favorável à vida. Ao se montar uma criação de peixes, estabelece o que se convenciona chamar de um ecossistema acua cultural.
Cientificamente um ecossistema constitui-se de um biótipo (o meio, no nosso caso a água), e de uma biocenose (conjunto das comunidades dos meios, ou seja, grupos de indivíduos de características semelhantes). As principais comunidades da biocenose aquática: Necton, Plancton, Benthos e Macrofitas Aquáticas.